Sublimation, Girl!

=D

Sunday, September 12, 2010

Mutação

Encontro-me alienada de mim. Perdida dentro dessa transmutação que se chama vida. Já nao tenho horários, nada é estável, nem mais estranho, sou eterna indagação. Se o mundo cair, eu nem mais sofro, nem ligo. Tantas mudanças já se passaram comigo...
Com um olhar blasé olho este ensolarado dia, e tudo por dentro é turbilhão.
Não há lugar, não tem espaço, não tem saída de emergência, esquinas, nenhum outro quarteirão. Mas existe um casulo em mim. Sou uma lagarta com vontade de abandonar o processo, quebrar a casca e desistir das asas.
Sinto falta de ar, me lanço sem compasso.
Nem boa nem má, nem julgamento mais faço.
Apenas sou eu, mulher em construção.

Saturday, July 31, 2010

Pronta para voar...

Digo com toda sinceridade agora,
pois já não me importa mais que não vá mais voltar.
Digo com uma sinceridade torta, quase morta,
que quase morri de te amar.
Digo com palavras sofridas
que sei, fui sua querida,
e não há mais como retratar...
Digo com um pesar indefinido
de quem perdeu um amigo, perdeu sem contar...
Falo hoje com um silêncio marcado
que as fotos ao teu lado o filme não quis revelar...
Falo e sem saber eu me calo,
ao ver suas feridas cicatrizar...
Se isso hoje me atordoa, vejo-lhe com outra pessoa,
enfim tua vida tem que caminhar...
Não me peça para que seja valente
e diga a toda gente onde perdi o seu olhar...
Hoje despeço-me mansinho, não bato a porta,
fecho de fininho,
você nem vai notar....
Quando acordar de um sono com um burburinho,
vai querer meu carinho novamente conquistar...
Direi que havia sido escolhida
e que em toda minha vida bem maior não pude dar.
Feliz seria se tivesse meu ser preso em gaiola no altar...
Mas aqui na minh'alma existe um passarinho
que prefere andar sozinho a não mais voar...
E direi a toda gente que neste dia
eu estive contente por me libertar...

Sunday, July 11, 2010

Seus últimos minutos

E a falta, antes incomoda, hoje se transforma em anestesia para o novo.
Meus caminhos estão iluminados, mas segui por estradas em que eu nunca me aventurei...
Sei que esse amor agora se torna cada dia mais irrealizável e distante, sei também que o caos aqui se instaurou, eu bem sei...
Por mais que a vida nos abra caminhos, hoje eu já não sei mais sair deste portão.
Quantas vezes a gente se perde em sonhos?
Quantas vezes teremos que acordar de uma ilusão?
Hoje ouvi algo que dizia "eu preciso, você também, todo mundo precisa de alguém" e me emocionei.
Já viajei milhas e voltei.
Aqui estou eu no mesmo lugar.
Sei que somos esperanças.
Sei que fomos um bom amar.
Cá estou esperando o ponteiro do relógio girar...
Aqui ainda estou, esperando você voltar.

Sunday, July 04, 2010

Monólogos partidos

São setecentas e vinte horas, sem intervalos, nos pensamentos.
A culpa já me consumiu, a dor já me sugou, sua fúria já destroçou o nosso amor.
Eu já analisei todos os detalhes desse adeus.
Já racionalizei todos os fatos, já me emocionei com nossos retratos, já fingi que vivemos aquilo que a gente não viveu.
Já me lembrei de suas virtudes, criei algumas (e quantas) que não existiam na sua incompletude...
Já me fiz de durona, de forte, mas acabei da mesma maneira, sentimental...
Já desconstrui toda a idealização, já te fiz descer, mas você continua no seu pedestal.
Me diz, qual pessoa virtuosa não sabe o valor de um perdão?
Quem, da noite pro dia, transforma tudo que se vivia, juntos, em mentira e solidão?
Por que você não sabe discernir,e sequer significar, você dissemina contra todos a sua raiva, seu medo, sua confusão.
Isso que você atribuiu a mim, não era meu, não...
Pode ter sido de amores antigos, abraços partidos, desilusão.

- Porque você sequer me ouviu?
- Eu já ouvi tudo isso antes.
- Me diz, fui eu quem o fiz?
- Não importa.
- Importa se eu te amar?
- Não vai valer a pena.
- E se eu te procurar?
- Eu fujo.
- E se eu te provar?
- Não tem como.
- E se eu sofrer?
- Que se consuma.
- O que vc fez com todo aquele amor?
- Ele já não existe.
- O que eu estou fazendo aqui então?
- Sendo mais uma.

Thursday, July 01, 2010

A análise

Exito em te dizer todas cartas que escrevi.
Preciso te falar o significado daquilo que vivi.
É difícil de falar para quem não quer ouvir,
Mais difícil de enganar tudo aquilo que senti.
E parece, quanto mais eu insista em viver...
Todo amor e as esquinas que eu viveria com você,
Me parece, muito mais, que eu nunca te esqueci.
Apesar de não ser capaz de nem mais olhar pra mim.
Cabe ao tempo e a vida que um dia vão dizer
E talvez te mostrar o que você não quis saber...
Que apesar de não ser mais aquele que eu conheci,
Ele é, cada dia mais, o que busco por aqui.
Embora em meu peito não viva mais a ilusão,
de que um dia vá voltar, perdoar meu coração...
Ele anda tão pequeno e pensa até em fenecer...
Porque ele entregou à esse pranto por você.
Como eu sei que não vai mais pensar em voltar para mim,
Resta só meu coração em minhas palavras despedir.
Apesar de você achar que estou a te esquecer...
Eu só penso em te pedir para de novo receber...
E se eu não for capaz de te fazer feliz..
Eu já saio, não demoro, não precisa nem pedir.
Eu duvido que você não deseje entender,
Tudo o que aconteceu e o que sentia por você...
Se a loucura que aqui jaz, não for enterrada aqui.
Eu um dia fui capaz de mentir bem para mim.

Thursday, June 24, 2010

Viva-a ou mate-a

Esse espaço em branco no qual eu esboço os sentidos do que sinto agora mais se parece com o vazio deixado pelas esquinas dos meus sorrisos que existiram, outrora...
Esse destino não faz curva: é certo tal qual a morte um dia vem, é certo tal qual me parece nessa hora que eu não vou mais amar alguém.
Preencho esse espaco com tudo aquilo que eu queria te dizer. Preencho agora com aquilo que não espero mais que um dia vá entender.
Já não espero, não atraso o passo, não espero, nem imagino voce vir.
So peço agora que não me deixe mais saber de ti.
Vá, apenas vá. Saia como entrou: sem esperar.
Viva ou sobreviva dessa certeza da maneira que quiser.
Um dia você vai lembrar que um dia eu posso ter sido o que você quer.
O que torna desejável, o que significa aquilo que atrai, pelo qual se guia, não é a existência da verdade e ausência da mentira.
É vida, é convivio,é sorte, é bem-me-quer.
Mas, meu caro, não há como mantê-la viva e brilhante, após tirar o entusiasmo e a liberdade de uma mulher.

Monday, June 21, 2010

in-receitas ou receitas para o insucesso amoroso

E venho lhe dizer uma coisa que pode te deixar muito triste, meu caro: o amor não é passível de ser contido em proporções exatas. Nesse sentido, mulheres ainda amam muito melhor, a maneira de se corrigir eventuais falhas de percurso não tem nada a ver com a brutalidade, mas com o carinho, e não tem que se fazer tantos sacrifícios para se ser bem sucedido.
Para esse tipo de harmonização que é sempre tão incerta e radicalmente desproporcional, não há receitas, nem modus operandis... Há que se ser espontâneo para se ver criar, crescer, transfomar e acontecer... Não se trata de um grande evento minimamente planejado ou de um prato decorado e especial.
Mas também sei que até o meu discurso racional e psicologizante estará fadado ao insucesso, caso eu não me deixe levar pelo que há de mais instintivo e espontâneo dessa coisa estranha que se chama amor.
Então lhe digo com todas as palavras: hoje eu acordei com muita vontade de voar, meu bem, e abrirei o meu pára-quedas, se preciso for, somente no último segundo.
É assim que o amor liberta. É assim que alguém se sente vivo. É assim que a felicidade acontece. E é por isso que a gente deve buscar.
Um minuto em silêncio e eu me viro:
- Você se foi já?